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O Processo dos Espíritas
16/06/1875
Instaurado pelo Ministério Público Francês o processo que ficaria conhecido como o “Procès des Spirites” (O Processo dos Espíritas).
Esse processo, motivado pela acusação de falsificação de fotos de espíritos pelo fotógrafo Bouget, acabou envolvendo Pierre-Gaëtan Leymare (1827-1901), diretor da Revue Spirite. Leymarie conhecia o fotógrafo e havia publicado fotos tiradas por ele em artigos sobre a “fotografia espírita”.
Os fatos registrados levam a crer que Buget era realmente médium e que chegou a obter fotografias verdadeiras de espíritos, porém serviu-se, como ele próprio chegou a confessar, de fraudes quando nada conseguia normalmente. Quanto a Leymare, o próprio Buget declarou em carta enviada ao ministro da Justiça, que ele tinha sido vitima de suas fraudes e que nada sabia a respeito das falsificações.
Apesar do imenso apoio recebido dos espíritas franceses e do exterior (até mesmo do Brasil) e de todas as declarações atestando sua integridade moral, Leymare foi condenado a um ano de reclusão e deu entrada na prisão de la Santé em 22 de abril de 1876. A sentença condenatória foi cancelada alguns anos depois e Leymarie inocentado.
Os fatos envolvendo o processo e a defesa apresentada, foram publicados por sua esposa, Madame Marina P. G. Leymare, no livro “Procès des Spirites”. Uma tradução do livro para o português foi publicada pela FEB no centenário da instauração do processo.
“A despeito das alegações de mais de 140 testemunhas que afirmaram, sob palavra de honra, haver reconhecido personagens mortas de sua família, e obtido suas fotografias, aproveitaram a má-fé do médium Buget para fazer acreditar ao público, que nessas produções só havia, de um lado, velhacaria e, do outro, credulidade estupída” (citação de Gabriel Delanne feita por Hermínio C. Miranda na introdução do livro “O Processo dos Espíritas”)