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Isto Também Passará

Imagem de uma grande onda no mar

Tudo passa, a pandemia do COVID-19 também passará.

Com a cooperação de todos, com cidadania e responsabilidade, confiando na ciência, com paciência e esperança superaremos esta fase. 

A citação de Chico Xavier, sobre a certeza de “isto também passará” diante das dificuldades, não deve ser tomada como uma simples receita de resignação, mas como uma lição profunda de vida.

Tudo que vemos, sentimos e vivenciamos no mundo material está sujeito a transformações. Causas que dão origem aos acontecimentos se modificam, efeitos destes acontecimentos interagem entre si continuamente, influenciando mutuamente a forma como se apresentam.

Nós mesmos mudamos continuamente, não só nosso corpo físico, como nossa própria situação espiritual ao sabor de nossas experiências, pensamentos e ações. 

A alma, espírito encarnado, individualização do princípio inteligente do universo, nas palavras da Codificação Espírita, não é um “monólito” imutável, mas um conjunto de forças vivas agrupadas e coordenadas por um fluxo de consciência, de inteligência de si mesmo, que progride do átomo ao arcanjo.

Assim, a mudança, mais que algo que acontece, faz parte da própria natureza da realidade. 

Se por um lado, esta constatação atemoriza alguns, pois tudo aquilo a que se apegam neste mundo tende a se modificar e eventualmente desaparecer, por outro traz a profunda tranquilidade de que nada fica para sempre na forma em que está, as situações ruins também passam, como consequência de sua própria natureza transitória.

Há de fato, na Codificação Espírita, a certeza de que esta transformação permanente é sempre no sentido da nossa maior felicidade. As condições materiais que passam são apenas lições transitórias que exercitam a alma no vôo a conquistas mais elevadas. A cada etapa vencida pela alma, mais luz e mais felicidade atinge.

Quanto mais consciente de sua verdadeira natureza, de ser espiritual em evolução, mais fácil lidar com os desafios e dificuldades do trajeto. Mais fácil aperceber-se dos instrumentos educativos que a vida utiliza para nos levar a níveis cada vez maiores de sabedoria e amor. 

Quanto mais alinhado o comportamento do ser a esta compreensão, mais positivos os resultados de sua ação sobre a vida e os seus semelhantes. Mais feliz será e mais habilidoso no trato das situações transitórias de cada etapa de sua evolução.

A vida não se limita a esta em que estamos. A vida se desdobra em outros planos de existência. As forças vivas coordenadas pela consciência não se limitam a veste de carne que hora envergamos e se manifestam em outras formas além do túmulo. 

Da mesma forma que há o corpo físico, há o corpo espiritual. A dor da separação no mundo físico, grande sem dúvida, modifica-se diante da certeza de ninguém deixa nunca de existir. Nossos entes queridos, vítimas da pandemia, continuam vivos além do túmulo.

De novo recorrendo a Chico Xavier, diríamos que se pudéssemos ampliar a capacidade de nossos sentidos, de modo a percebermos os domínios que se estendem além do plano que hora habitamos, os perceberíamos junto a nós, nos consolando e pedindo que nossas lágrimas fossem convertidas em saudável saudade a espera do reencontro que certamente virá.

Assim, diante dos quadros de tragédia da pandemia, mantenhamos nossa serenidade e direcionemos nossas ações para colaborar na sua erradicação, na minimização das vítimas e dores que causa, bem como em preparar as bases para a recuperação que certamente virá após sua passagem, pois ela também passará.

Muita Paz,

Carlos A. I. Bernardo

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