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Tempos de Comoção
28/07/1914 - 02/09/1945
A partir de 1914 até 1945 o mundo assiste a duas guerras mundiais e morticínios sem precedentes na história da humanidade. Novas armas e tecnologias dão ao homem um poder de destruição nunca antes visto e que causaria inveja ao próprio demônio, caso esta ficção teológica existisse. A ciência, que tanto criticou a religião, mostrou que pode ser tão terrível quanto as mais funestas criações da inquisição, as câmaras de gás e a bomba atômica fariam um Torquemada horrorizar-se.
As grandes comoções morais desse período, previstas de há muito, foram embates entre visões de mundo, de um lado o culto ao militarismo, ao regime da força bruta, as sociedades fechadas no ódio e no exclusivismo, ao culto a um passado sanguinário já superado, de outro novas estruturas sociais, mais dinamicas e abertas as liberdades do indivíduo e a uma forma nova de relacionamento entre as nações.
A eclosão desses conflitos, talvez inevitáveis no processo de evolução de um mundo onde o domínio do plano material excede de muito o autodomínio moral, chacoalharam de tal modo a humanidade, que o homem do final do século XX se sentia em um mundo muito diferente dos seus irmãos do início do mesmo século.
Nesses anos em que o mal preponderou, queira Deus que pela ultima vez, viu-se uma parada nas frentes de progresso espiritual e moral da humanidade. O Espiritismo sofreu grandemente na Europa, mas sobreviveu por causa de seu vigor no Novo Mundo.
Além de ter dificultado a substituição natural nos meios espíritas europeus, pela quantidade imensa de vidas que se perderam nas guerras ou foram completamente desestruturadas, os regimes totalitários que se estabeleceram na maior parte do velho continente lhe foram hostis. Em todos estes regimes, grupos foram fechados, espíritas presos ou mortos.