Além da matéria e de suas propriedades, estudadas pela Física, o Universo é composto também por um princípio inteligente. A natureza última deste princípio é difícil de analisar em nossa linguagem, pois nos faltam palavras para descrever aquilo que não impressiona nossos sentidos físicos ou ainda está fora do nosso conhecimento atual.
Ele é um princípio organizador, do qual surgem as propriedades que chamamos de consciência, inteligência, sentimento e pensamento.
A individualização deste princípio, pelo processo que chamamos de evolução espiritual, dá origem aos seres sencientes. A evolução se processa através de uma longa cadeia, dos seres mas simples e ignorantes até os mais evoluídos e sábios.
Os seres que as religiões chamam de anjos e arcanjos são aqueles que já atingiram um estágio adiante do nosso. De tão adiantados em relação a nós, nos parecem seres distintos da Criação.
Os seres plenamente evoluídos e iluminados pela luz da sabedoria, que não estão mais presos a necessidade das passagens pelo ciclo de renascimentos e mortes, são denominados no Espiritismo de Espíritos Puros. Estado do ser que só temos como descrever figurativamente por estar imensamente distante da nossa situação evolutiva atual.
Os animais estão um passo atrás de nós na escala evolutiva e, tradicionalmente, se atribui o nome de Espírito apenas ao princípio inteligente individualizado que chegou ao estágio de ser humano. Isto, de fato, é simplesmente uma convenção para facilitar o entendimento.
A evolução dos vários ramos da ciência, principalmente da neurofisiologia, já mostrou que a diferença entre nós e os animais é muito pequena. Nada na estrutura física do cérebro, nem nas evidências sobre o funcionamento da mente, nos permite supor que a natureza do espírito encarnado neles, é qualitativamente diferente da nossa.
A diferença entre nossos Espíritos e o dos animais é apenas uma questão de grau de evolução do princípio inteligente individualizado.